segunda-feira, maio 15, 2006

 

«Medeia»

Peça original de Eurípides, traduzida por Sophia de Mello Breyner, está em palco no teatro D.Maria II a tragédia grega da mulher que trai o pai e a Pátria - chegando até ao cúmulo de assassinar o irmão - para fugir com o seu herói e amado Jazeu levar-nos-ia ao emociante desenrolar da sua angústia aquando da debandada de Jazeu de casa para se juntar com a jovem princesa do reino que culmina com Medeia degolando cruelmente os próprios filhos (fruto do seu amor com Jazeu), não fora a injecção de duas horas sem intervalo que o espectáculo tem de duração.
Isso faz-nos, inevitavelmente, perder a atenção porquanto é impossível manter a mesma posição quando ainda por cima o "espaço de manobra" para dobrar as pernas é minúsculo.
Os cenários são pobrezinhos, assim como o guarda-roupa: o pai da princesa assassinada fazia lembrar um vagabundo, no seu casacão de flanela pelos tornozelos e capacete de bicicleta na cabeça (traje, na minha opinião, pouco digno de um rei). Mas os actores são bastante expressivos, especialmente o pajem que dá a Medeia a notícia de que a sua vingança surtiu efeito, e a princesa morreu envenenada (que, salvo erro é Fernanda Lapa, a encenadora da peça).
A sala, em si mesma, é muito bonita - valeria a pena visitar o teatro só para contemplá-la - e o preço dos bilhetes bastante acessível.
No entanto, o problema da não interrupção da representação já acima referido, acrescido da lenga-lenga cantanda pelas aias sempre que termina cada acto, leva a aconselhar a quem pense ir ver a peça uma boa dose de paciência, assim como uma almofada, tudo isto precedido duma boa noite de insónias.

Comments:
Não sei quem és, mas sei , de certeza que és uma besta...já agora, não é Jaseu, é Jasão, ó melga...
 
é mto triste que haja gente tão arrogante do alto da sua vasta cultura e incontestável opinião que não aceite uma posição diferente da sua. se tivesse tanta educação como (julga que) tem saber, ganhava muito mais. e já agora, tenha-os no sítio para se identificar.
 
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