sexta-feira, abril 21, 2006

 

Trocadilhos

En tierras de nuestros hermanos hay que tener mucho cuidado con lo que dicimos...e vice-versa! Senão podem acontecer-nos cenas tristes como estas:
Um espanhol recém chegado a Lisboa para trabalhar, começa a fazer o «levantamento etimológico» das palavras que lhe servirão para o desenrasque do dia-a-dia; vai a um café e pede "una clara". O empregado não percebe que raio quer o homem, ao que este tenta explicar-lhe, que é cerveja com gasosa, com sprite..."Ah!Quer um 'pinOchet', é isso?" E o estrangeiro acaba por assentir, escrevinhando no seu bloco de rascunhos «una clara es un pinochet», para futuras noitadas. Incrédulo com a aparente relação que os portugueses estabeleciam com o ditador chileno ao associá-lo a uma bebida, e muitas vezes judiado perante os amigos, mais tarde lá percebeu que era um «panaché», e não um «pinochet» o que bebíamos.
Mas a vingança é terrível. Um belo dia, estava um tuga de erasmus em Espanha, acontece chegar tarde a uma aula devido a provas de condição física que havia realizado previamente. Perante um auditório cheio de gente, entra na sala e diz ao professor "Perdone porque estoy retrasado, pero estuve haciendo una corrida y..." Não conseguiu acabar a frase, tal era o volume das gargalhadas na aula, que iam deitando a casa abaixo.
Traduzido à letra, o que o infeliz disse foi qualquer coisa como: «Desculpe mas sou atrasado mental (seria llegar con retraso, e não retrasado) porque estive a ejacular (é a tradução literal de corrida, fora do contexto dos touros) e...»
Chato, não é?;)

quinta-feira, abril 20, 2006

 

Morangomania

Estava agora a folhear a "Visão" durante o coffee-break da manhã, eis senão quando me deparo com uma carta deliciosa duma (decerto) professora assaz preocupada com os efeitos nefastos da série "Morangos com Açúcar" (MCA) - pasme-se - ... para os ADULTOS!
Passo a transcrever alguns excertos (salvaguardados os devidos direitos de autor, bem entendido):
«Já se impunha que a série MCA tomasse um lugar importante em cursos de formação de professores a fim(...) de se mostrar (...) o que não se deve fazer. Por exemplo, a professora de inglês não devia falar português nas aulas; a avaliação não devia ser praticada como arma repressiva,etc.etc. (...) No plano de gestão escolar (...) os casos disciplinares lembram julgamentos sumários sem passos fundamentais como inquéritos ou audiência de testemunhas (...) Será que nenhuma Associação de Professores ainda se deu conta deste fenómeno?»
Não, pelos vistos não. E até posso apostar porquê - quem é que consegue descortinar tão elaboradas críticas numa série ultra-light de entretenimento juvenil que dá diariamente ao fim da tarde? Se na carta não viesse referido o nome do programa, eu nem seria capaz de adivinhar qual era!
Não ponho em causa que MCA são um "boom" sociológico digno de estudo, mas não propriamente pelas razões descritas - quem é que se vai preocupar com os métodos de ensino da professora de inglês ou querer saber como funciona o Conselho Disciplinar duma escola? Será que esta leitora não percebe que miúdos de 12 e 13 anos que vêem MCA nunca perceberiam nada se a malograda professora falasse o tempo todo em inglês? E que questões técnico-organizativas dum colégio não interessam nem ao menino jesus?
Concordo que MCA deviam ser alvo de vários ensaios até, mas acho mais preocupante a mensagem que transmitem sobre comportamentos adolescentes, em que todos curtem com todos, personagem sem namorado(a) é «persona non grata»/espécie de ET, sexo é o prato do dia TODOS OS DIAS, vestem-se como palhaços (eles), como lolitas (elas), pintam-se como se andassem numa prova de testes de maquilhagem e é esta geração «legalize» e supérfula que diariamente (e em dose dupla) influencia e desencadeia movimentos mimetistas nos jovens portugueses.

quarta-feira, abril 19, 2006

 

Javardices Lapónias - parte II

A pedido de muitas famílias, resolvi dar novo impulso a esta árdua tarefa que é reportar as partes «menos boas» do bairro da Lapa. Here we go again...


Rogo às estações televisivas que passem mais vezes o anúncio das criancinhas a correr à volta dos ecopontos com esclarecimentos BÁSICOS sobre as funções dos mesmos porque, pelo menos aqui na zona, as pessoas ainda não atingiram bem o objectivo dos ditos-cujos!!


E para quem tenha um DESTES (publicidade da raça à parte, mas era o único modelo disponível de momento)...


...devia passeá-lo com isto - chama-se um SACO DE PLÁSTICO, para o caso da marca-branca não conseguir ser suficientemente elucidativa...


...para evitar aquilo: acho que a imagem consegue ser clara, não?!



Seguem-se por fim o "nigas" ou o "bek", alguns dos graffiters do bairro. (Sugestão para os artistas, na hipótese de me estarem a ler: sigam, n'Os Morangos com Açúcar, a campanha "Graffitar não é estragar", e parem de sujar as paredes dos prédios!)


segunda-feira, abril 17, 2006

 

Prioridades

Chegava ontem de Espanha, vinda do fim de semana prolongado da Páscoa, quando decidimos - eu e o pessoal ocupante do carro - fazer uma paragem no Algarve para jantar qualquer coisa antes de seguir viagem rumo a casa.
Calhou ter ficado num lugar virado para a televisão, e já depois de ter feito o pedido, sem nada que fazer, levantei o olhar para ver qual era o "top-3" do «Jornal Nacional» no Domingo de Páscoa; um quarto de hora a descrever a morte dum jovem actor d'Os Morangos com Açúcar num acidente de viação, seguido duma entrevista em directo à coordenadora geral daquele programa, assim como a descrição detalhada do acompanhamento psicológico de que os colegas de trabalho iam ser alvo (1a notícia). O número dos restantes ilustres-mortos-anónimo-desconhecidos da "Operação Páscoa" deste ano (2ª notícia). A história duma senhora que entrou no hospital de Leiria para ser operada ao pé direito, e saiu de lá com o esquerdo engessado (3a notícia).
A missa rezada pelo Papa ao vivo da Praça de S.Pedro ainda teve de esperar pela vitória do Benfica ao Boavista por duas boas a zero, assim como pelo "extra" de que a TVI iria transmitir em directo, a missa de corpo presente e o funeral do actor supra referido. Em enésimo lugar, chegaram os já tão frequentes quanto (decerto, segundo o ponto de vista do director de programação) entediantes massacres em Israel, que desta feita ceifaram três dezenas de vidas com (mais) um bombista suicida. Uma banalidade perfeitamente desprezível, portanto.
Na capa dos principais diários de hoje, viam-se grandes planos do Papa a falar à multidão; nas colunas laterais a notícia de mais mortes no Médio Oriente, a subida do preço dos combustíveis, a greve da PJ; ainda folheei à procura do "top 3" do «Jornal Nacional», mas n'O Público só vi duas linhas a referirem a morte do rapaz (da famigerada senhora do pé errado, nada). E n´O Diário de Notícias nenhuma daquelas novidades era sequer motivo de publicitação.
Não querendo com isto minimizar o valor de uma vida, penso é que tudo tem limites, e relegar o que afinal dá sentido ao dia celebrado ontem para 4º ou 5º lugar para passar meia hora de "takes" com o defunto, mandando os pivots porem um ar muito compungido enquanto dispáram os shares de audiências com as criancinhas a verem um dos seus ídolos a enterrar é, no mínimo, grotesco.
Esta é a minha conclusão. Cada um que tire as suas.

 

Circo das Infelicidades

Podia-me estar a referir àquele really-show acéfalo que continua(?) a passar na TVI em horário nobre, uma vez que os participantes se portam como verdadeiros animais (sem ofensa aos bichos), são uma cambada de palhaços e formam a verdadeira truppe-triste;
Mas por acaso pensava num mail que recebi há poucos dias, que era uma semi-denúncia, um semi-tema para escrever sobre. Como a parte da acção já foi devidamente encaminhada para quem da especialidade, resta-me deixar o comentário:
Trata-se então dum circo montado à beira da estrada do autódromo, de quem vai de Cascais para Sintra, ao pé do Colégio do Ramalhão. Ao que consta, os bichos passam os dias presos ao sol, sem água para beber nem sombras onde se abrigarem, os cavalos magros que nem pilecas e cheios de peladas, os elefantes rodeados de moscas devido ao cheiro nauseabundo que os rodeia. Mas o mais impressionante, dizem, são os macacos que «...se projectam contra as grades numa tentativa desesperada de fugirem sempre que vêem pessoas a passar, lançando guichos horríveis...»
Para pessoas como estas, que ganham dinheiro à custa de maltratarem animais, defendo o mesmo castigo que para aqueles que abandonam os cães e gatos de estimação nas férias - um qualquer ilhéu deserto disponível nas Berlengas, onde possam brincar à vontade ao "Survivor" uns com os outros, só com bilhete de ida.

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