sexta-feira, março 24, 2006

 

Exposição de Frida Kahlo

«Pensavem que eu era surrealista mas nunca o fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade». (FK)
Depois de ter passado pela Tate Gallery em Londres, e por Santiago de Compostela, agora foi a vez de Lisboa receber uma colecção com cerca de quatro dezenas de quadros, fotografias e objectos da mais mediática quanto sofrida pintora mexicana.
Nascida em princípios do séc.XX, com uma (curta) vida marcada por maleitas e desgraças (tanto físicas como psicológicas), todas as suas obras são reflexo disso mesmo: solidão, desgosto, dor, abandono..., isso está bem patente nas telas, desde o seu semblante sempre tão sisudo, ao retrato que faz aquando do seu segundo aborto, e imagens alegóricas à traição do marido com a sua própria irmã, por exemplo. Mas não só nas Artes esta mulher se destacou no México, tendo também sido uma activista política reconhecida.
Até finais de Maio no CCB, se puderem dêem uma vista de olhos.

 

«Casanova» - a NÃO ver

Depois de 2 semanas ansiosamente à espera da estreia - apesar de anunciado por toda a parte, só dia 23 chegou aos cinemas - fui ontem à noite ver «Casanova» (: o fiasco total). Portanto, se dentre vós houver algum simpatizante, esqueçam.
Já tinha visto a apresentação, mas o filme é uma autêntica palhaçada do princípio ao fim (o que naquela não dá para nos apercebermos); espécie de 007 na Idade Média, já que o galã passa pelas situações mais inverosímeis que é possível imaginar, a tal ponto que só não me vim embora a meio porque estava cheia de sono e o escurinho da sala ainda me proporcionou um cuchilo.
Enfim, prova apenas que Heath Ledger não tem nada de cowboy-gayzão, é um simples Homem Loiro (e que passagem «de cavalo para burro» não fez o pikeno, depois do desempenho que teve no "Segredo de Brokeback"...)
Em suma, se não tiverem tempo de ir ver, não tenham pena. E caso vão ao cinema, escolham outro filme - depois não digam que eu não avisei!!!

quinta-feira, março 23, 2006

 

Momentos Filosófico Artísticos (MFA's) - parte II

De acordo com uma sugestão dada, o pedido de lançamento do tema de debate «O que pode a geração de hoje fazer para melhorar a situação do país?» foi deferido, o que quer dizer que os comentários e as participações são bem vindas. Da minha parte, lá vai:

1. Que sejamos mais políticos no sentido literal do termo - é tão velha quanto esfarrapada a desculpa do «de qualquer maneira isto vai de mal a pior, pra que é que eu hei-de...votar/manifestar-me/whatever?» Porque SIM. Porque se todos pensarmos da mesma maneira é que não se faz mesmo nada. Porque os erros duns não justificam os dos outros. Porque...não vale a pena continuar, pois não? Acho que já todos percebemos a ideia. Se queremos que as coisas mudem, então sirvamo-nos dos instrumentos que temos à disposição (não querendo com isto mandar toda a gente ir a correr alistar-se em "Juventudes"); quando foi para eleger alguém, votemos; para um referendo, a nossa participação é importante; se acreditamos numa causa e há uma manifestação, batamos por ela, e por aí adiante.

2. Faz o que te digo E Faz aquilo que eu faço - na senda da minha proposta anterior, falar é óptimo, ter ideias, criticar construtivamente e tudo e tudo... é fantástico, mas ficar só pelas palavras NÃO CHEGA - pode ser um lugar comum, mas «dar o exemplo» ainda é a melhor maneira de dar vida àquilo que pensamos, assim como de educar as gerações vindouras.

3. Ajudar o próximo - numa perspectiva totalmente laica, porque é indiferente se somos católicos, protestantes, judeus, maçónicos, agnósticos, ateus, budistas, filisteus... e também sem ter nada que ver com a caridadezinha-de-showoff que agora está muito na moda (é curta, dura pouco, é publicita mais do que realmente faz), sermos solitários com aqueles que mais precisam é muito importante para fazer da nossa sociedade decente, e ao mesmo tempo criar condições para que evolua de forma sustentável. Beneficiando uma pessoa da cadeia, estamos a ganhar todos com ela, porque qualquer pessoa tem algo de bom para contribuir na construção duma sociedade melhor - além disso, quem nos assegura que um dia não precisaremos nós de ajuda, e não será precisamente a pessoa a quem demos a mão que nos estenderá a sua também? Não é uma questão de religiosidade, mas de humanidade. É que antes de sermos advogados ou médicos, pobres ou ricos, somos - primeiro que tudo - Gente.

Este é o meu triatlo - agora é a vossa vez!

quarta-feira, março 22, 2006

 

«O Poder da Arte» - Serralves na AR

A propósito da comemoração do centenário da Sala do Plenário (aquela onde todas as noites no telejornal vemos os nossos ilustres políticos a degladiarem-se, trabalhando no duro para o Bem da Nação), a AR convidou Serralves a expôr nas suas galerias.
As visitas são de hora em hora, e guiadas. A Joana foi quem me calhou - super expressiva, muito culta e bem preparada, simpática, deambulou connosco mais ou menos ao acaso porque numa hora (tempo de duração) não é possível ver todas as obras, mas pelo menos nenhuma visita é igual, porque as apresentações variam sempre.
Começando logo pela escadaria principal exterior, onde o perímetro de Portugal está delineado com toros, a exposição é depois muito versatilizada, com esculturas de Thomas Schutte, pinturas de Paula Rego, montagens de Cabrita Reis, obras de Raymond Hains...
A entrada é gratuita, tanto nos dias úteis como aos fins-de-semana, portanto não há desculpas. E vale muito a pena visitar. Para além de que, com sorte, podemos sempre cruzar-nos com o Manuel Alegre numa escapadinha dos trabalhos para ir aos "servicios", com o António Vitorino e o seu metro e meio de altura, ou com o (Reverendo) Francisco Louçã a prestar esclarecimentos à Comunicação Social, como foi o meu caso;)

 

!MUITO IMPORTANTE!

Não quero parecer chata, mas ainda este meu blogue é uma criança, e já está a entrar em depressão pela falta de participação (vulgo "desprezo") de que é alvo :( - quanta crueldade para o pobre pequeno, também não é preciso começar a sentir já na pele a dura realidade da vida!!
Até que depois consulto a minha caixa postal e vejo lá umas notas de pessoal que já o visitou (e GOSTOU), e pensei - será que o problema é DEDO (Direccionamento Errado De Orações)?
Lá vai então a explicação:
Para aqueles que visitem o meu blogue, independentemente de gostarem dele ou não, e que queiram comentá-lo, criticá-lo, espezinhá-lo ou - pelo contrário - elevá-lo ao sétimo céu, basta clicar em "comments" (escrito a verde-caca por baixo de qualquer artigo publicado, com um lápis ao lado-e-tudo), e escrever o que lhes passar pela cabeça...estando cientes, claro, que passará a constar de consulta pública, se bem que não à vista de todos os que consultem o blogue (para aceder aos comentários é sempre preciso clicar em "comments") - portanto vejam lá o que vão dizer...
Portanto participem, quanto mais não seja para eu o matar à nascença e nunca mais pensar no assunto, ou continuar a escrever nele (também) para vocês!

Ass: Ruiva Enlouquecida, a mãezinha deste blogue;)

 

Saudações atrasadas

Estava aqui nos afazeres diários, eis senão quando me dá para olhar para o calendário e realizar que - oh não! - tínhamos já entrado na Primavera (não trocar com a Prima Vera, que isto da língua portuguesa é lixado, muito menos com o Come-A-Prima, que é um restaurante por acaso bacano, ali para os lados da Pampulha, podem ir à confiança que é muito menos prevaricador do que parece, pelo encestuoso nome que sugere à entrada...) e eu não dera por nada;
Que faut-pas inadmissível! Como é que foi possível, no meio de tanta chuva-vento-frio, chegar a estação do amor-está-no-ar, dos passarinhos a cantar e da malta toda a espirrar, e eu não ter reparado?!
Pois bem - aqui apresento as minhas desculpas publicamente, aproveitando para desejar uma passagem RÁPIDA, porque não gosto especialmente de estações do ano "intermédias", e quero é que venha o Verão, o calor, o sol, a praia,o Algarve... a propósito, já te disse que agradecia se te assumisses de vez e me deixasses deixar (passo o pleonasmo) as meias de lã, a sombrinha e o casacão em casa até para o ano que vem?

terça-feira, março 21, 2006

 

Estados da Alma

«O amor tira-nos tudo, deixa-nos sem nada
De dia andamos das nuvens, de noite a pé até de madrugada
É loucura premente, à espera de ser testada
O amor é faca dum só gume, com a ponta bem afiada.

O amor aparece-nos do nada, e oferece-nos tudo
Faz um surdo ouvir palavras, põe-nas na boca dum mudo.
O amor chega até, ao coração mais solitário
Pondo-nos a cumprir na Terra, a nossa cruz & calvário.

Sem amor não há vida,
Mas viver com amor dá trabalho
Pois nem todo o homem é príncipe,
A maioria é mesmo um bandalho.»

segunda-feira, março 20, 2006

 

O brinde da semana

Estavam, num domingo tristonho de fim de inverno, uma família a almoçar num restaurante, lá pras bandas da Ajuda, celebrando o dia do pai; avô, avó, tia, pai, mãe, e filha com o namorado, naquele que seria - horror dos horrores - o «almoço de apresentação».
Tudo parecia ir de vento em popa (pelo menos de vento ia de certeza, uma vez que lá fora não se podia andar tal era o frio, e o jovem mancebo havia já pontuado, inclusive, junto da matriarca da família, ao ir atrás duma écharpe esvoaçante que se escapou pla calçada fora...), boa comida, melhor vinho, conversa animada - os tipos até pareciam ser uns gajos simpáticos, não fora serem A Família da namorada -, chegados ao café vem uma bandeja (oferta-da-casa) com «espumante» para brindar; ao pai?à pipa de massa que o restaurante estava a facturar à pala da casa cheia?Não sei precisar.
Coube ao futuro-sogro do rapazinho dizer de sua justiça; vai daí que se levantam todos, o copo (de espumante!) em riste, ele pigarreia para aclarar a voz e dispàra então:«ao(s) pai(s) presente(s) nesta mesa - referia-se a si mesmo e ao seu, matando assim, dois coelhos duma cajadada só -, e que para o ano não haja mais nenhum novo aqui sentado para este dia festejar!»
Ainda hoje o pobre rapaz anda «a monte». O seu paradeiro é desconhecido, e a presença em casa dos ex-futuros-sogros muito (pouco) provável.

domingo, março 19, 2006

 

Dia do Pai - mto original, pois claro...

Pai, papá, paizinho, velhote...são imensos os mimos com que podemos brindar o nosso «progenitor masculino». Seja cm fôr, hoje é o seu dia - quanto a vocês não sei, mas eu não tenho razões de queixa (sim, é verdade - uns laivos de complexo de Electra denotam-se à distância, apesar de eu não ter sentido necessidade de matar a mãe; numa versão up-dated mais soft, limitei-me a procurar um gaijo que com ele tivesse algumas semelhanças), daí que daqui a pouco vamos a um almocinho, antes disso deixo só os versinhos manhosos que escrevinhei no canto duma fotografia de ambos para lhe entregar depois do café (em que a barriga já está mais cheia e o olhar mais turvo, donde, a qualidade do poema tem boas chances de ser sobrevalorizada:)

Enjoy the day with ur parents, as i'll do with mine!

«Querido papá
este é o teu dia
e eu espero ser para ti
motivo de gde alegria

Não há melhor pai
neste mundo inteiro
p/mto que o procurem
pra mim estarás sempre em 1º

Portanto paizão
durante a vida fora
serás tu o meu herói
hj e sempre a qualquer hora».

(divirtam-se a pescar os recursos de estilo de que isto está povoado, if u want 2 - eu começo: papá-pai-paizão - a isto chama-se uma gradação ;)


Estes somos eu & o meu babalú - partilhem os vossos (que é cm quem diz!!!) ou contem o que lhes fizeram/vão fazer/gostariam de ter feito hj...

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