quinta-feira, maio 25, 2006

 

«O Código da Vinci»

Arrastada por um amigo cinéfilo, lá me prestei à loucura de ir ver «O Código da Vinci» no dia seguinte ao da estreia. Brincadeira: ao meio-dia e meia vou às bilheteiras do Corte Inglês, que está exibindo o filme em 3 salas e só consigo lugares para a segunda fila a contar da frente, para a sessão das 22h.
Portanto, fica aqui o conselho: para quem não goste de ficar estrábico durante dois dias como eu, esperem mais umas semanas até que a onda de histerismo passe, e vejam o filme calmamente, até porque – e ao contrário do que as críticas cilindrantes possam fazer crer – aquilo não está porcaria nenhuma.
É, aliás, bastante duvidoso, que um filme realizado pelo mesmo homem que dirigiu «Apollo 13» ou «Uma mente brilhante», protagonizado por um actor galardoado com dois Óscares da Academia ou tendo como actriz principal a mulher que deu cara a um êxito de bilheteira como «O fabuloso destino de Amélie Poulain» seja “uma porcaria”.
Apesar de já ter lido o livro há dois ou três anos, o filme pareceu-me bastante fiel à narrativa. Em produções como esta, que acarretam consigo uma enorme expectativa dado o sucesso astronómico do livro (já com «Harry Potter» sucedeu o mesmo), dificilmente se consegue agradar a todos. Mas penso que essa também não deve ser a meta de nenhum realizador. O que ali vemos é tão-só uma das interpretações possíveis que podemos dar ao que lemos. A imaginação de cada um de nós tem, obviamente, carta branca para das letras partir para os mais altos voos onde só o céu é o limite…
De volta ao filme, é algo longo (cerca de duas horas e meia), e ainda assim não consegue abarcar todos os aspectos do livro. Para dar dois exemplos, no filme a jovem descendente de Jesus Cristo não tem nenhum irmão como no livro, e também não existe, entre ela e Robert Langdom, qualquer “affair” – ficam simplesmente bons amigos.
No entanto, isso não chateia – talvez tire apenas um pouco da «pimenta» que tinha a narrativa. De resto, a caracterização das personagens está bem feita (nomeadamente a de Cilas, o monge, é soberba, e a do Cardeal Aringosa, assim como a do Comandante da polícia, Bezu Fache, também não desilude). Na minha opinião pessoal, faltam a Tom Hanks alguns anos e charme para desempenhar o papel de Robert Langdom, assim como Audrey Tautou não tem a sensualidade da personagem que encarna. Mas isso não põe em causa o seu bom desempenho no filme, e lá está, é a impressão que o meu imaginário construiu dos protagonistas.
Assim, acho que as críticas são de ignorar, e «O Código da Vinci» merece ser visto. Ainda que não seja nenhuma obra-prima, penso que está bem conseguido.

Comments:
Devo dizer que não tinha pensado neste ponto...
"É, aliás, bastante duvidoso, que um filme realizado pelo mesmo homem que dirigiu «Apollo 13» ou «Uma mente brilhante», protagonizado por um actor galardoado com dois Óscares da Academia ou tendo como actriz principal a mulher que deu cara a um êxito de bilheteira como «O fabuloso destino de Amélie Poulain» seja “uma porcaria”." Mas tens toda a razão! :\

Faz-me um favor, vai ver a "Missão impossivel" e faz a critica aqui! eh eh eh

Já agora, parabéns pelo curso! ;)
 
e q tal lançarmos a discussão da existência da Ordem dos Templários e do Prioridado do São?

parabéns (públicos) pelo curso Tatiana
 
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