quarta-feira, agosto 09, 2006

 

Errata

Aqui há um par de semanas, antes de ir de férias, fui verbalmente admoestada por uma tia, por ter sido tão severa na minha avaliação para com os serviços públicos de saúde portugueses (vide SNS: Serviço Nacional de Sadismo) . Curto e grosso, foi-me diagnosticada uma «burguesite aguda», ao que parece apanágio exclusivo das filhas únicas e mimadas, completamente lerdas sobre os aspectos mundanos da vida e a quem tudo corre rigorosamente bem, sem ser preciso levantar uma palha.
Pois venho por este meio rectificar o que escrevi antes, e assim corrijo: os serviços de sáude públicos portugueses não são maus, são péssimos. E não existe qualquer tipo de snobismo ou racismo social nesta observação, simplesmente acho inacreditável que ninguém se revolte (publicamente, quero dizer, porque já ouvi várias pessoas queixarem-se do mesmo, entre amigos) contra o valor de impostos que pagamos comparativamente à forma como são investidos/aplicados em áreas estruturais como a Saúde, Justiça ou Educação.
Nas duas últimas, acho que é mais ou menos do senso comum - basta entrar num liceu público «do século passado» que as salas com gelosias partidas, janelas empenadas, tectos apodrecidos a cair e ginásios com balneários cheios de infltrações são paisagens comuns. (Para os mais cépticos, o Pedro Nunes é um desses sítios,e o Rainha Dona Amélia chegou a um estado de degradação tal, que encerrou).
Quanto à Justiça, enfim - não é preciso ter nenhum processo em litígio, ligar a televisão na hora do telejornal e prestar o mínimo de atenção é suficiente para nos darmos conta dos séculos que demora cada resma de papelada a sair dum tribunal (pior agora que o Governo resolveu diminuir as férias judicais e os magistrados, numa de fazerem pirraça, adiaram os julgamentos todos para o começo das aulas, donde, ficou tudo em águas de bacalhau e a ideia de «menos férias, mais despacho», foi por água abaixo...)
Na saúde, basta experimentar um hospital público quando se está doente;

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